29 de setembro de 2008

São João das Missões, Povo Xakriabá





Candidatos que sairam vitoriosos na eleição municipal de 2008: Zé Nunes, primeiro prefeito indígena do Brasil, reeleito pelo PT, e Hilário Correia, vereador, liderança xakriabá da Aldeia Barreiro Preto, responsável pelo projeto da Casa de Medicina Tradicional Xakriabá que eu fui conhecer. Fiz intercâmbio cultural entre meu povo hunikuin e eles, e ainda como pajé chamei força de luz e paz na campanha do reeleito professor Zé Nunes, cuja história de luta tem muito a dizer para todo o movimento indigenista brasileiro!

30 de agosto de 2008

Huni Meka



Neste vídeo registrado e publicado por Caio Lemos, apresento um pouco de minha cultura hunikuin.
Fonte: Animanet

29 de agosto de 2008

São Paulo Capital




Em São Paulo fomos para o bairro de Perdizes onde mora o casal Caio e Paula, amigos do txai Eduardo, que nos receberam com muito carinho. Ainda estou esperando os vídeos que gravei lá, vou escolher um deles pra publicar na internet e promover o nosso Instituto Yuxibu. Depois fomos para Vila Madalena, onde mora a prima do txai, Priscila, e seu marido médico antroposófico, o Rômulo, com o filho Tiago. Nosso primeiro passeio foi no Museu da USP onde encontrei vários objetos da minha cultura hunikuin, como redes com kene e trajes da Dança do Gavião. Depois visitamos o sítio deles em Tapiraí, e preparei rapé orgânico com o tabaco que a Priscila tinha plantado e estava todo florido, ficou muito cheiroso!...

15 de agosto de 2008

Piquete


Piquete é a cidade onde o txai Eduardo passou a infância e onde ele tem família. De São Miguel no Rio Grande do Sul fomos para Santo Ângelo e de lá viajamos para Aparecida, em São Paulo, que fica pertinho de Piquete. Uma cidade muito bonita em meio das montanhas, na divisa de Minas, e passei lá as Olimpíadas da China assistindo os jogos pela televisão, antes de ir conhecer a cidade de São Paulo.

2 de agosto de 2008

São Miguel Arcanjo, cabeça das Missões




Em São Miguel estava a casa que o txai Eduardo começou a construir três anos atrás e não terminou, e agora precisava desocupar para poder levar a mudança para o Acre. Ficamos lá, e conheci o Sr. Emílio Correa dos Santos, do IPHAN, amigo do txai Eduardo que nos levou para conhecer a aldeia Guarani. O outro amigo, o psicólogo João Luiz Melo Nascimento, tem fazenda lá perto, e conseguiu uns pedaços de carne de ovelha pra gente assar de noite no fogo de chão, junto com os parentes guarani, e no dia seguinte tomamos do meu huní. Eles gostaram da visita, e eu rezei o cacique pedindo força da floresta pra aquele povo sofrido. A foto da construção é do Centro de Memória que está sendo construído na Aldeia para receber os turistas, assim como o que fizemos no Jordão, e achei muito bonito o projeto.

31 de julho de 2008

Chave de São Pedro





De Brasília embarcamos direto para Porto Alegre, onde fomos recebidos pelo casal Wilton e Cristiane, dirigentes do Centro Harmonia, Amor e Verdade (C.H.A.V.E.) de São Pedro. Eles estavam dando início a um feitio com muito caupuri enviado do Paraná onde fazem plantio na cidade de Maringá. Estava muito frio, havia muita chuva, mas ficamos bem acomodados junto da irmandade. Conheci o feitor, Ernesto Mastrangelo, do Uruguai, que era amigo do txai Eduardo de mais de vinte anos atrás, quando se conheceram morando na igreja Céu do Mar. Também fiz muitos amigos no centro, e foram muitos dias lá no sítio, que fica no município de Viamão, mas por fim de lá embarcamos para São Miguel das Missões, nossa próxima etapa na missão do txai Eduardo.

24 de julho de 2008

Brasília, Capital Federal

Fotos da minha visita à Esplanada dos Ministérios, depois que visitamos o Inbrapi e recebemos a orientação da parente Fernanda Kaingang sobre a produção de aromas e óleos essenciais. Lá consegui também o livro "Nishi Pae - O Espírito da Floresta", de meu primo Isaías Sales Ibã, com mais canções do huni meká para eu poder cantar durante minha viagem.

23 de julho de 2008

Olhos d´Água


Fomos nesses dias em Brasília conhecer, com Lila e Juliano, a Festa do Divino Espírito Santo no município goiano de Olhos d´Água. Lá eu conheci a dança da catira, após um grande jantar comunitário que lembrou as festas na minha aldeia. E encontramos a teatróloga acreana Silene, irmã do amigo Cícero Franca que conheci em Rio Branco antes de viajar e nos dera um "daime amoroso" para trabalhar...


22 de julho de 2008

Ser Divino


Juliano Serra e sua esposa Liliana nos receberam em sua casa depois que viemos do Centro de Cultura Cósmico. Eles com outros amigos inauguraram há pouco tempo um novo centro daimista em Brasília, o "Ser Divino". Ficamos lá uma semana, tivemos convite para ir também conhecer a Madrinha Conceição (o hinário dela fez sucesso no último São João que comemoramos na Aldeia São Joaquim, no Jordão), mas ficou pra próxima vez, só fizemos trabalho com nishipae em casa e no próprio local do Ser Divino, sempre entre amigos e com muitas boas bênçãos de Yuxibu!...


14 de julho de 2008

Centro de Cultura Cósmica


Quando estávamos em Cuiabá, txai Eduardo se comunicou com o pessoal do Centro de Cultura Cósmico para conseguir uma guarida em nossa chegada a Brasília. Eles disseram que descessemos na rodoviária de Planaltina, pois a sede do Centro fica em Gama e naquele sábado, 12 de julho, teriam trabalho de Daime: na primeira parte, concentração nos moldes da UDV, e na segunda parte, hinário dos presentes do Padrinho Manoel Corrente, o "Caboclo Guerreiro". O comandante, Mestre Allison, nos recebeu em Planaltina, e foi bom lá no Centro também porque conhecemos o Sr. Paulo Espaia, da Funai, que participara do projeto da Casa de Medicina Tradicional Xacriabá que estávamos indo visitar, e ele nos estimulou bastante a esta visita. O Mestre Allison convidou-me para apresentar um pouco da cultura do meu povo Hunikuin, e eu cantei duas canções do huni meká na posição de honra do trabalho. Depois do hinário também rezei muitas pessoas com sopro e orações, e todos ficaram muito contentes com a minha visita. Ah, foi lá também que eu conheci o cipó Caupuri (Tonko Huní), e eles estavam todos carregadinhos de flores...

10 de julho de 2008

Primeira parada, Porto Velho


Eu, Ixã Dua Bake, Txaná Uri, viajei do município do Jordão, no estado do Acre, no dia 3 de julho de 2008. Foi minha primeira viagem para fora, antes eu só conhecia os municípios de Jordão e Tarauacá, para onde viajava com minha família. Dessa vez vim da Aldeia Belo Monte com meu pai, o pajé Dua Busin, Manoel Vandique Kaxinawá, para participar da inauguração do Centro de Memória Hunikuin dos Rios Tarayá e Yurayá, na Aldeia São Joaquim, sem saber que ia viajar para tão longe. Lá conhecemos o txai Eduardo Bayer, que estava retomando contato com nossos parentes depois de mais de dez anos fora do Acre estudando. Txai Eduardo junto com meu pai e o pajé Inka Muru (Agustinho Manduca Mateus) esteve se reunindo para tratar de um futuro Instituto Yuxibu dos Pajés Hunikuins da Floresta. Meu pai achou importante que eu aproveitasse a oportunidade para viajar com txai Eduardo até o sul, para que eu pudesse aprender mais, para trabalhar com a produção de medicamento tradicional em laboratório. Ele fez uma carta para a Funai de Minas autorizar nossa visita às aldeias xacriabá de São João das Missões, onde o Cimi fez projeto de uma Casa de Medicina Tradicional, e eu embarquei no avião para Rio Branco pela primeira vez.

Em Rio Branco alguns de nossos amigos quiseram se preocupar porque pensavam que eu não ia estar seguro, mas tudo correu bem, e no dia 6 de julho conheci o trabalho espiritual do Centro de Iluminação Cristã Luz Universal, Alto Santo, ao lado de txai Eduardo. Foi muito importante para mim tomar Daime em uma igreja pela primeira vez nesse Dia de São Irineu onde cantavam o hinário do Mestre Raimundo Irineu Serra. Esperamos a primeira oportunidade para viajar, tivemos ajuda de muitos bons amigos, e saímos do Acre na noite de 8 de julho.

Em Porto Velho chegamos dia 9, na casa dos amigos engenheiros florestais Christian Zago e Cáren Andreis, e sua filha Isabela. Com material cedido por nossa amiga Arneide Cemin, da UniR, preparamos nishipae para levarmos aos parentes guarani do Rio Grande do Sul e para os xacriabá do norte de Minas Gerais. De lá embarcamos, dessa vez para Brasília, havendo o amigo Ailton Krenak nos recomendado por telefone que buscássemos conversar com Fernanda Kaingang, do Inbrapi. Foi muito bom ter acreditado em minha missão, pois todos os caminhos se abriram para nós!...